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Um adeus

Era o último dia do Pedro no Brasil, e eu precisava aproveitar os últimos minutos até que não o visse mais pelos próximos 3 anos. Desde que começamos o namoro, Pedro sempre fez questão de andar de mãos dadas, ele dizia que sempre que um precisasse do outro, ninguém se perderia e estaríamos juntos. Isso faz sentido pra mim. Decidimos ir pra cafeteria onde derramei café nele e tudo começou. Depois de um ano e meio, tudo permanecia onde era, exatamente tudo. Ele passou pra me pegar lá em casa quando o sol já se pondo. Demos as mãos e fomos rumo ao começo de um presente lindo. Toda hora ele olhava pra mim como uma forma de não querer dizer adeus. Eu não queria que ele dissesse. Quando chegamos, sentamos numa mesa pra duas pessoas e pedimos um sorvete de flocos, o favorito dele. Estávamos falando sobre tudo, menos sobre a falta que íamos fazer um ao outro. Até que ele quebrou o silêncio: -Eu não vou saber viver sem você 
-E eu não vou saber me acostumar, sem sua mão pra me acalmar... Que clichê, mas é verdade. 
Quando eu terminei de falar (cantar) ele estendeu a mão pra que as juntássemos e a beijou. Terminamos e levamos um suco na volta. No caminho, ele disse: 
-Coloca a sua mão sobre a minha, amor. 
-Eu já disse que amo quando você me chama assim?-disse, colocando minha mão sobre a dele. 
Num ato muito rápido, ele me abraçou tão forte que senti meus pés fora do chão. Estava completamente envolvida nos seus braços, não tão musculosos. Quando consegui olhar seus olhos, estavam cheios de
lágrimas, assim como eu estava. Enxuguei suas lágrimas e ele sorriu. Estávamos tão próximos um do outro que senti a respiração dele bem quente perto de mim. Eu não queria perder aquele abraço, ele era meu porto seguro. Por alguns breves momentos, pensei em pedir pra que ele desistisse de ir porque eu não queria que ele desistisse de mim. Logo, tratei de tirar esse pensamentos da minha mente. A única coisa que consegui fazer foi abraçá-lo, num ato de não deixá-lo ir e o beijei, beijei como se fosse o último dia, precisava sentir que ele era real e uma parte de mim. E assim como nós, nossos corações eram apenas um. Entre beijos e abraços ele sussurrou em meu ouvido: 
-Eu te amo-disse com uma voz tão certa e tão suave como se ele tivesse certeza do que estava falando e que nada mudaria aquilo. E, sim, ele era uma parte de mim.

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